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O Caldo e as Cores - I S T O R Ô !

Dias que mais parecem ser um suspiro, uma respiração, um pulsar com...........

Tivemos na semana passada uma oficina com o objetivo de montarmos o espaço da instalação. Diante dos materiais que tínhamos recolhido, dos papeis e papelões, tintas e pincéis, a ideia era dispor em sala tudo isso a ponto de formar o espaço imersivo do trabalho.


Pensei com o pessoal da rua e preferimos afirmar e demarcar que a direção de arte do trabalho quem faria seriam as próprias pessoas que estão em situação de rua e parceiros outros. Não fazia sentido para gente, chamar alguém outro para pensar a direção de arte do trabalho.


Cada vez mais, venho percebendo que a rua, o estar em situação de rua, carrega sua estética-corpo-grito. Sua forma de expressão que, em dialogo com a proposta que se vem desenhando no trabalho, poderia/é uma possibilidade de construir um dialogo potente de encontro, como um trabalho colaborativo e articulado que o fazer artístico seja implicado e certeiro.


Confesso que não fiquei com medo ou receio em saber o que esses dois dias de oficina iam dar. Sabia que daquele momento, sairiam coisas lindas, absurdas,

transgressoras, reflexivas,

potentes, colaborativo, imersivo,

intenso, revelador, sinceras, abertas,

confusas, ambíguas, conflituosas e outras coisinhas.

Sim, isso tudo e coisas outras, perpassou e perpassam a sala!



Junto com o grande educador e amigo Faso e apoio do Centro de Convivência/Pousada Social, propomos uma oficina, o que chamamos de artes-identidades, para ver o que desse encontro com a galera da rua, artistas e amigos poderíamos estar compondo naquele espaço.


Não demorou muito para o processo, em sua fluidez máxima, ganhasse caldo e cores. Dispormos de tinta e traços que, ao contrario do que achariam, pois às cegas construímos o espaço, deu foi vida e potencia diante daquela sala branca/cinza do CCBNB. E mais do que isso, essa fluidez foi capaz de fazer reverberar no próprio equipamento momentos em que funcionários estiveram conosco, seja partilhando do momento, como de estar deixando sua marca, risco e traço nas paredes da instalação.


Nas paredes existia, existem, frases de protestos, sugestões, apontamentos e até uma arte que se descobre ou um fazer artístico que se descobre fazendo. Um fazer que se repensa na medida em que se faz. Falo isso em questão por perceber no traço/desenho do senhor Mauricio, uma particularidade única em seu risco.


Mauricio afirmava que nem sabia o que era que estava sendo desenhado por ele e, que quase nunca, conseguia desenhar algo devido sua mão trêmula, em consequência do uso do álcool. Seu desenho, linhas e expressão, não passam por um viés torto ou descompassado, mais por uma poética potente de desenho que se existia conforme se construía. É uma espécie de bicho/animal metrópole. Bichos que pareciam prédios invertidos. Animais que junto com outros, revelava outra coisas.



Cada pessoa que compôs no espaço, o que denomino como risco istorado, dava a ver urgências, sugestões e outras de pensarmos cidade, localidades, territórios. Cada traço colocava a vida como questão.


No que se mostra no espaço, não é pixo, nem grafite. Nesse risco istorado perpassa uma dimensão de transposição e colaboração, que tecida por afetos, constitui uma estrutura única e particular em seu traço. E que mais que isso, coloca em questão algumas caixinhas de artistas que pensam ainda a autoria e individuações nos processos artísticos. Além do que, ainda existe uma matriz estética que considero não colonizadora e embranquecida. É um sujo caótico acolonizado e feroz!


O que dizer das frases, reflexões e desenhos do Mc Lokô (Francisco das Chagas)? O que é a ratinha, o escorpião e javali sendo expulso por uma águia de José Henrique? O que são as palavras e alfinetadas de Jorge Loko? Que teor aspira às poesias de Beto Blues? O que é o parasita de Paixão? O que falar do boneco ou boneca sentada no banco da praça de Paty? São questões que para mim não são as respostas que valem, mais o encontro dessa polissemia artística da rua, que em contato uma com as outras, revela um espaço, uma cidade, uma vida que transita nas enseadas das noites.


A partir dos traços que íamos compondo, me fez refletir o quão importante era aquele momento, que ao mesmo tempo era constituinte de um trabalho, colocava o próprio trabalho a se pensar, bem como os processos de colaboração em determinados processos. E é nessa fugacidade que é estar em situação de rua, que é sensível em sua estrutura e potente em sua condição, que acabo por pensar que Istorô é de fato um instante/convite. Istorô é daqueles encontros/convites que são rápidos e que reverbera outros tempos, situações, momentos.


Na real ainda não sei o que desse trabalho vai se desdobrar, nem tão pouco sei ainda o que ele é. Fato é que mais parece que tudo se constrói e reconstrói ao mesmo tempo. Mais penso que todos esses encontros que estão acontecendo, bem como o que está surgindo nessa caminhada, são de uma potencia que gera mais espaços no tempo e manifesta prazeres e desejos.


 o MANIFESTo do artefato:

 

Este é um ótimo espaço para escrever um texto longo sobre a sua empresa e seus serviços. Você pode usar esse espaço para entrar em detalhes sobre a sua empresa. Fale sobre a sua equipe e sobre os serviços prestados por você. Conte aos seus visitantes sobre como teve a idéia de iniciar o seu negócio e o que o torna diferente de seus competidores. Faça com que sua empresa se destaque e mostre quem você é. Dica: Adicione a sua própria imagem clicando duas vezes sobre a imagem e clicando em Trocar Imagem.

 próximos EVENToS: 

 

31/10/23:  Exposição de Arte Escandinava

 

6/11/23:  Arte em Vídeo Pelo Mundo

 

29/11/23:  Palestra: História da Arte

 

1/12/23:  Festival de Cinema Indie 2023

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