Se dispara isso, por agora: encontros!

Tendo total parceria com alguns coletivos de juventudes em Fortaleza-Ce, seja pelos encontros em si na realização de atividades, como sendo integrante de alguns deles, essa publicação é um grande salve!

São inúmeros os movimentos e grupos que começam a ganhar mais força em mim nessa babilônia que é viver Fortaleza. Não por acaso (salve, sempre), esses grupos se concentra nas favelas da cidade e realizam um trabalho grande junto aos jovens por aqui.

Natora, Servilost, Aqui tem Sinal de Vida, Polarizar, Motin, Bomjaruts, são alguns desses grupos que estão contrariando as estatisticas e produzindo vida, nessa cidade que mais extermina as juventudes pretas.

Nesses últimos dias vivemos momentos de celebração e encontros carregados de disparos políticos. Desde ao simples aniversário de um companheiro nosso na Praia de Iracema, como do Natora Chappions League, campeonato de “travinha” na Praça da Castanhola (Pirulito), que por sinal, tiveram gente de diversos territórios marcando presenta; até uma formação política sobre desmilitarização com o pessoal do Comitê Cearense pela Desmilitarização da Polícia e da Política, a parceria está cada vez mais a mil grau. Era como se, mesmo sabendo que pertenço a esses espaços, as coisas estão ganhando cada vez mais consistência e isso esta diretamente afetando a minha forma de estar/pensar/fazer também arte. Essa questão de arte-vida, se cruza e se amplia quando faço dos meus 'corres' minha forma de estar e dizer algo por aí...

Esses coletivos, em sua maioria, localizados no litoral da Fortaleza, vem constituindo uma rede de coletivos que atuam em diversos territórios da cidade, a partir das perspectivas da arte urbana, educação ambiental e eventos culturais até ações de arte-cultura, surf, redução de danos/saúde e direitos humanos.

Pautando alternativas na reconfiguração cultural, econômica e social nos territórios de cada grupo, resistimos e afrontamos com intuito de formar uma grande rede de coletivos e pormos um basta na violência e extermínio contra adolescentes e jovens na cidade. E mais, queremos perturbar a ordem dos fatores e contrariar as estatísticas e gerar um efeito multiplicador que projeta as juventudes pretas como protagonistas no afrontamento à violência praticada contra elas.

Salve grande aos nossos coletivos, aos nossos e a ancestralidade que carregamos. E é nesse movimento, nessa articulação entre pontos/pessoas na construção da nossa constelação que Afrontamento vibra. É falar de dança a partir de outras ondas. É falar que no caminhar a dança estar se dando e que tudo é um mero exercício. Mais do que uma busca por uma dança para esse Afrontamento, é perceber a fineza de um estado de dança que vibra a partir das relações que construímos e tateamos (também tecemos!)

E dizemos: Somos contra a regulamentação e institucionalização dos rolezinhos e sarau do Estado do Ceará (falamos isso porque querem fazer isso aqui na cidade!).