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encontro-corpo estendido/giros....


Numa dessas de pensar Afrontamento como algo que vaze a própria ideia do projeto e, vendo ele como local de encontros, de trânsitos de ideias e pessoas, aproveitar esses e ver o que reverbera dele está começando a fazer um grande sentindo nessa pesquisa desse corpo roleta russa.

Encontrando Priscila em um dia desses, eis que ela me apresenta Lincoln e Fran, ambos do Coletivo Rango de Classe (Capão Redondo – SP). Depois de horas de conversas num rolê pela cidade, ficamos trocando experiencias no que diz respeitos as formas de produzirmos artes nas quebradas e de que forma poderíamos está construindo mais pontes e diminuindo distancias para se fortalecer.

No dia seguinte, após estar com Alexandre em sala de ensaio e ter assistindo um vídeo que Léo França mostrou sobre o cinema que a galera de Cachoeira na Bahia vem fazendo, disparo um salve para Lincoln e Fran dizendo que estava com uma ideia de fazer algo antes deles irem embora (foram no dia seguinte). Ele e ela toparam e fomos de encontro.

De imediato, pensamos em uma proposição a partir de uma ação performativa que tinha no gatilho, mais também, saímos com outra ideia de criar um canal a partir de uma pergunta que rodeia o “Afrontamento”: qual a sua arma? o que é afrontamento?

Pergunto para os dois a mesma pergunta e ambos não titubeiam na resposta.... E essa ação, começou a fazer sentindo no que diz respeito as pontes e trânsitos das pessoas no Afrontamento. Diferentes modos de se relacionar com a ideia, uma polissemia de entendimentos desse corpo, desse Afrontamento, pode ser algo que venha agregar e fortalecer os encontros. Uma espécie de retroalimentação das compressões das pessoas sobre o que circunda o processo...

No dia seguinte era hora de fazermos a ação que havíamos pensado, logo no desfile militar do 7 de setembro. Tensão estava posta! Não teria como recuarmos! Éramos 4 pretos, incluindo Leon, que chegou para dar uma força... Nos lançamos no desfile!

Olhos nos fitaram, corpos nos perseguiam, mais não havia como voltar. Nosso corpo ali já estava em processo de dilatação. Atenção dobrada e cuidado um com o outro. Estávamos certeiros. Sintonia foi total. Apesar de ter sido pouco tempo naquele desfile, onde fomos recebidos com 7 estouros de balas de canhão e um patrulhamento militar desfilando com suas motos e caminhões, o corpo-arma em ação dançava na ritmia daquela orquestra no desfile.

Em um 7 de setembro de 2017 em uma cidade (Fortaleza-Ce) na qual o alvo mais frequente são os/as jovens, favelados/as, pretos/as, fomos nós, o corpo que girou nessa roleta e jogou com as bordas do acaso. Esse corpo roleta russa que possui lugares, formas e discursos, sofre impactos, mas se reinventou a cara giro. Podem declarar o alvo, mais daqui para lá tem mira também. Com o qual os raios do bom dia/boa noite, endireitamos as costas e ficamos pensando se a mudança nos conciliará....


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